Cartoonist 2013 #1

Em abril de 2013, Shiori-sensei participou do Cartoonist 2013. A primeira entrevista foi realizada na Franca:

 

Em 2005, Shiori Teshirogi não poderia imaginar que desenharia uma prequência oficial de uma de suas séries cultuadas. Mesmo assim, foi ela a escolhida para desenhar Saint Seiya: The Lost Canvas, história ambientada 200 anos antes das aventuras dos Cavaleiros do Zodíaco e e relatando a batalha entre os Cavaleiros de Atena e os Espectros de Hades. O mangá resultou numa nova série de OVAs em curso. Apesar da história do mangá ter sido concluída, Shiori Teshirogi não terminou com o universo de Saint Seiya. Ela está atualmente trabalhando em The Lost Canvas Chronicles (sic) (n.t.: é como chamam os Gaiden), coleções de histórias anexas à história principal. Encontramos a autora que gentilmente respondeu à nossas perguntas.

 

Pergunta: Saint Seiya teve um impacto particular na sua carreira?

 

Shiori: Sim, mas além de Saint Seiya,  toda a obra de Masami Kurumada influenciou na minha carreira.

 

P: Como você chegou em The Lost Canvas?

 

S: Há muito tempo atrás, eu fui a uma sessão de autógrafos de Masami Kurumada. Quando eu o encontrei, ofereci a ele um de meus mangás que foi publicado e eu lhe disse: “Eu me tornei uma desenhista profissional graças a você que influenciou na minha carreira”. Eu pensei que iria parar por aí, mas dois anos depois, ele entrou em contato comigo dizendo que havia lido o meu livro. Ele achou excelente e me chamou para desenhar o seu novo mangá de Saint Seiya. E foi assim que aconteceu. Foi realmente extraordinário.

 

P: Masami Kurumada persoalmente envolveu-se em escrever The Lost Canvas?

S: Quando Lost Canvas começou, ele apenas me deu uma lista cenas-chave e eventos para seguir com a história e disse para utilizá-las para produzir meu roteiro. Como Lost Canvas lasted durou mais do que o previsto, eu recorri rapidamente à lista e Kurumada-sensei me disse: “Não tem problema Teshi, eu deixo você fazer o que você quiser daqui para frente. Você tem total liberdade.”

 

P: The Lost Canvas Chronicles (Gaiden) se prepara para ser lançado na França. Você tem outros projetos em torno de Saint Seiya?

 

S: Quando eu chegar ao final de The Lost Canvas Chronicles eu gostaria de lançar uma nova série em paralelo que misture realidade e fantasia. Acho que devo ser capaz de fazer as duas séries ao mesmo tempo que prossigo à vida de Chronicles. Estou trabalhando nisso com meu editor.

 

P: Em The Lost Canvas aprendemos que o cavaleiro de Touro é chamado “Rasgado” (sic) e que Aldebaran é na realidade um título possuído pelo portador da Armadura. Na sua opinião, qual poderia ser o verdadeiro nome do Cavaleiro de Ouro da série original?

 

S: Eu realmente não sei. Eu escrevi este episódio para fazer uma cena comovente com seu aprendiz, Teneo. Não era forçosamente para oficilializar um cânon no universo Saint Seiya. Eu não sei se o Sr. Kurumada já pensou sobre esse tipo de coisa.

 

P: Mesmo para um personagem de Saint Seiya, Rhadamathe (sic) em The Lost Canvas demonstrou uma tenacidade extraordinária ao longo da história. É por você já ser fã do personagem da série original?

 

S: Entre os Espectros, Rhadamanthe é um dos que eu mais gosto. Ele dá a impressão de ser o mais formidável e o mais aterrorizante. Eu tentei fazer isso e eu confesso que realmente não queria matá-lo.

 

P: Como você resumiria sua relação de trabalho com o seu editor?

 

S: Eu mudei de editor três vezes. No início da série, eu estava trabalhando com duas pessoas que estavam observando atentamente o que eu estava fazendo, porque eu era quase desconhecida e eles não queriam eu fazisse qualquer coisa com o universo Saint Seiya. A medida que a série avançava, eles me deram mais liberdade. Destes dois editores, há um que mudou três vezes, enquanto o outro ficou comigo por sete anos de publicação do The Lost Canvas. Esta pessoa se preocupava mais comigo por algum tempo e foi também a sua partida me motivou a querer trabalhar em uma série original.

Em relação a estes dois editores, tinha uma que foi muito difícil para mim. Mesmo quando eu estava à beira da exaustão, ele continuou a reivindicar as páginas. Foi muito ruim. O segundo (o que se manteve o tempo todo) tinha sempre idéias completamente malucas que foram abandonadas, pois necessariamente estava pedindo o impossível. Por exemplo, na passagem do Cavaleiro de Virgem, ele disse, “Bem, seria legal se existisse uma estátua de Buda que lutasse com uma estátua de Athena! “. Ou após a morte do Aldebaran, “Bem, seria engraçado se o Cavaleiro dos Morcegos (sic) tivesse alto-falantes nos pés para ele estourar tímpanos! “Ele sempre tinha ideias inacreditáveis que não foram escolhidos.

 

Créditos da Tradução: Taizen

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